O Chelsea de Todd Boehly não tem contas que batam… nem para jogar a próxima Champions League, nem a nível económico. Para a primeira, precisaria de um milagre: vencer a própria Liga dos Campeões e garantir um lugar na final de Istambul. Na Premier League, estão a 17 pontos do Manchester United (este último tem um jogo a mais…). Estão mesmo mais perto do descenso que da máxima competição continental. A nível económico, tornaram-se no primeiro clube inglês a acumular mais de 1.000 milhões de euros em prejuízos. Uma barbaridade. Esta informação foi descoberta pelo último balanço publicado pelo próprio Chelsea, analisado pelo economista Kieran Maguire, professor e responsável pelo portal económico Price of Football, que costuma colaborar com a GOL FM – A Primeira Rádio do Esporte. No último ano, o Chelsea anunciou prejuízos líquidos de 140 milhões de euros (antes da chegada de Boehly, que comprou o clube a Abramovich). Ainda não estava contabilizado o histórico mercado de fichajes desta temporada 2022/23: 611 milhões de libras. O mercado mais caro da história do futebol. O Chelsea, que apenas arrecadou 67 milhões de euros em vendas nesta temporada, investiu mais de 600 mil libras em 15 jogadores. Um gasto que supera, de longe, o investimento das últimas três temporadas de Abramovich (410,2). Por isso, prevê-se que o próximo balanço económico inclua números ainda mais altos de prejuízos… por muito que a estratégia do clube ‘blue’ seja amortizar os fichajes a longo prazo com contratos de longa duração. “O nosso compromisso é adquirir o maior talento possível, investindo a longo prazo”, confessou Boehly há meses.
Mas não tudo se resume a fichajes milionários ou salários elevadíssimos, o Chelsea acumula gastos de todo o tipo que aumentam esta dívida. Como pode ser conhecido através das contas publicadas pelo clube, a entidade britânica pagou 56 milhões de euros aos ex-dirigentes por “serviços relacionados com a venda da empresa”. Para dar nomes, Marina Granovskaia, ex-Diretora Executiva do Chelsea e braço direito de Roman Abramovich, recebeu a assustadora soma de 35 milhões. Os milhões restantes foram divididos entre o ex-presidente Bruce Buck e outras figuras importantes da antiga direção do Chelsea.
Para agravar ainda mais a situação, o buraco pode entrar num ponto sem retorno se os resultados desportivos não acompanharem. Não entrar na Champions League na próxima época pode ser catastrófico para as contas do clube londrino. Para nos fazermos uma ideia, quando o Chelsea ganhou a Champions League em 2021, arrecadou mais de 12 milhões.