O Tribunal Arbitral do Desporto divulgou agora a conclusão de um processo que tinha colocado alguma polémica em cima da mesa. O TAD revogou o castigo de dois jogos à porta fechada e multa de 38.250 euros aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, em junho último, na sequência de um processo disciplinar relacionado com um jogo ante o Estoril, no Estádio do Bessa, em setembro de 2021.
“Ficou factualmente provado no presente processo que o Grupo Organizado de Adeptos afetos à Boavista SAD “Panteras Negras” levou a cabo atitudes racistas, ao entoar sons a imitar macacos”.
Tudo aconteceu ao minuto 70 do jogo em questão, quando adeptos “identificados com sinais distintivos» do Boavista, «nomeadamente elementos afetos ao GOA “Panteras Negras”, entoaram, durante cerca de dez segundos, na direção do atleta Chiquinho, n.º 7 do Estoril, o som a imitar os macacos”.
Destaque ainda para um segundo momento “ao minuto 91, quando o jogador Romário Baró do Estoril, se preparava para entrar em campo, substituindo um colega de equipa”, tendo um adepto «identificado com sinais distintivos afetos à Boavista SAD» proferido insultos racistas para com o atleta.
O castigo no entanto acabou por ser anulado num processo em que “não ficou provado que a demandante tenha promovido, consentido ou tolerado os cânticos em causa, porquanto não ficou provado que dos mesmos tenha tomado conhecimento efetivo e atempado e, assim, tido oportunidade de reagir, particularmente considerando que os factos em causa ocorreram durante cerca de dez segundos, em ambiente de jogo e num contexto de ruído do público particularmente alto, muitas vezes indistinto”.